População indígena cresce 20% na Paraíba
Publicado em 25/12/2024 12:05
Paraíba

A população indígena na Paraíba cresceu entre 2010 e 2022, passando de 25.043 pessoas para 30.140 — um aumento absoluto de 5.097 habitantes e percentual de 20%. 

Mais de 64% dos 5.097 indígenas referem-se às populações que vivem nas Zonas Urbanas, o que indica um crescimento mais expressivo nessas regiões.

Além disso, a quantidade de indígenas com domicílio fora de terras indígenas, tanto urbanas como rurais, representou a maior parte dessa alta populacional: foram 4.349 indivíduos nesse recorte, sendo que 3.975 deles (91,4%) estão nos centros urbanos. 

Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa “Censo Demográfico 2022: Indígenas — principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio”.

O estudo apresenta as informações tanto de acordo com a situação do domicílio — se é urbano ou rural — como de acordo com a presença em territórios indígenas ou não. Segundo o IBGE, quase todos os recortes, ao cruzarem os dados, apresentaram crescimento populacional, sinalizando “que a variação de população indígena ocorreu de forma espraiada pelo território estadual”. A única exceção foi a dos indígenas que habitam territórios nativos em um contexto urbano, cujo número caiu. O IBGE, porém, atribui esse fenômeno a aperfeiçoamentos na metodologia do Censo 2022 e na delimitação dos territórios.

Para o especialista em Geoprocessamento e professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), João Damasceno, o aumento maior nas zonas urbanas e em locais fora dos territórios indígenas é fruto do desenvolvimento das cidades do estado.

Esse cenário favoreceu a migração, mas pode ter como consequência uma perda cultural. “O crescimento dos pequenos e médios centros se tornou atrativo para os povos originários, mas eles vão perdendo a identidade. Por isso, existe muita luta para tentar manter vivos os traços culturais originários, e é preciso encontrar formas de fortalecer os mais jovens a assumir o papel de manutenção desse legado”, afirma.

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